Cotidiano. Eu me amo

Quem possui uma generosa reserva de auto-estima, na hora da conquista, sai vencedora, porque pensa: "Não importa o que aconteça, eu sou muito valiosa para mim". É essa idéia que faz a diferença entre a mulher que vai à luta e a que se entrega ao desânimo


"De todos os julgamentos, o mais importante é o que fazemos sobre nós mesmos", ensina o psicólogo americano

Nathaniel Branden. Segundo ele, quase todos os problemas psicológicos - da ansiedade à auto-sabotagem no amor, do medo da intimidade à escravidão das drogas - têm sua raiz no amor insuficiente do indivíduo por si mesmo.
A auto-estima influencia tudo o que você faz, desde os atos mais banais, como barganhar o preço do tomate com o feirante, até conquistar o gatinho do andar de baixo. Quem se ama deseja - e sabe que merece - o melhor para si.
E o que ela é? Sigmund Freud, o fundador da Psicanálise, a chamou de narcisismo. A palavra pode dar margem a um interpretação errada, já que se tornou sinônimo de egocentrismo, vaidade exagerada. No sentido freudiano, ela significa aceitação incondicional de si mesmo. Não importam as vitórias e os reveses, a riqueza, os dotes físicos ou intelectuais, as conquistas amorosas, o sujeito portador de um saudável narcisismo se ama e pronto.
E que isso não dê margem a mal-entendidos. \"O amor por si mesmo é incompatível com as fantasias de superioridade ou com a tendência de exagerar as próprias realizações\", alerta Branden. Recomenda-se até \"uma saudável dúvida acerca de si mesmo\" como um traço de lucidez. Só os megalomaníacos se acreditam perfeitos. E mais: a autoconfiança não resolve tudo - é importante que ela tenha raízes na realidade, ou seja, nas possibilidades efetivas do indivíduo.

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