Carol Uorunatto e sua paixão por saltos |
Não é de hoje que as mulheres têm
fascínio por belos pares de sapatos. É um relacionamento que, para
algumas, extrapola os limites do bom-senso. Afinal, quem não tem uma
amiga ou amiga de uma amiga que alega ter mais de 100 pares de sapatos
no closet?
Pois
bem, caros leitores, saibam que para entender esse amor feminino pelo
calçado é necessário primeiramente entender porque foram criados esses
tomadores de atenção.
As principais referências à arte da criação dos sapatos estão ligadas aos egípicios, por sua habilidade de curtir o couro para fabricá-los. Mas existem indícios de que os sapatos existem desde 10.000 a.C. Há estudos de pinturas paleolíticas encontradas em cavernas na França e na Espanha que comprovam essa data tão longínqua. Em contrapartida, outros pesquisadores afirmam que os sapatos foram inventados na Mesopotâmia, há mais de 3.200 anos. Mas de qualquer forma, faz muito tempo, não é?
As
curiosidades sobre a existência desse adorável companheiro dos pés são
inúmeras e impressionantes. Os gregos, por exemplo, mostraram-se além do
seu tempo, usando um calçado diferente em cada pé. No Império Romano,
os calçados denunciavam as classes sociais. Os ingleses do século XIV
usavam sapatos tão pontudos que os famigerados pares foram considerados
perigosos para o país. Na França do século XVI, os calçados finos demais
obrigavam as pessoas a ficar com os pés mergulhados em águas geladas,
antes de calçá-los. Na China, como todos conhecem, as mulheres eram
obrigadas a usar sapatos de no máximo 15 cm, o que acabava por deformar
os pés das belas chinesas. Em Veneza, por sua vez, lá por meados de
1600, as plataformas altíssimas obrigavam seus usuários a necessitar da
ajuda de criados para se locomover.
Há algumas décadas, os sapatos passaram a ser objeto de desejo, itens
de coleção, paixão e desejo. Mas o fato é que foram projetados
inicialmente apenas para proteger os pés dos terrenos acidentados, do
frio, calor, etc.. E o que hoje entope nosso armário, era apenas um
objeto que fazia parte da vestimenta do homem rudimentar.A modelo Carol Uorunatto e sua paixão por sapatos. Fonte: Carol Uorunatto |
Os calçados femininos, por sua vez, têm uma variedade e requinte que os distingue claramente dos masculinos. Os tipos são dos mais variados: anabela, ankle boot, bota, coturno, escarpin, mocassins, mule, open boot, oxford, rasteiras, sandália, sabrina, sapatilha, stilleto, tamanco, tênis, peep toe, princesa e uma infinidade de denominações que os fashionistas não param de criar coleção após coleção.
No Brasil e no mundo, algumas marcas acabam sendo as favoritas das mulheres, como Arezzo, Melissa, Dakota, Via Marte, Corello, Dumond, Calvin Klein, Capodarte, Santa Lolla, Botero, Shoestock, Schutz, Carolina Herrera, Chanel, Jimmy Choo… uma lista extensa que poderia ocupar toda esta página.
O fato é que hoje em dia o sapato não é mais apenas um acessório. É uma peça-chave e acaba sendo a continuação de um look. Pelos pés é possível mostrar traços de feminilidade, personalidade e estilo. Por isso mesmo as mulheres são tão apaixonadas pelos sapatos.
Independentemente do modelo e da marca, o
sentimento de algumas mulheres por sapatos é algo que transcende a
lógica. Quem nunca ouviu de um homem a velha piada de que em outra
encarnação a mulher deveria ser uma centopéia? Pois só isso para
explicar sua necessidade de ter tantos pares, quando na verdade só tem
dois pés. Afinal, há mulheres que lembram mais facilmente do primeiro
par de sapatos que compraram com seu próprio dinheiro do que do homem
que beijaram pela primeira vez. Parece loucura, mas algumas delas tratam
sapatos como melhores amigos, bens preciosos, companheiros de longas
jornadas. E, no final das contas, paixão não é algo que se deva
entender. E se isso nos faz feliz, que tenhamos nossos dois, cinco, dez
ou cem pares de sapatos.