As mulheres têm buscado cada vez mais
desafios no mercado de trabalho e, para isso, um número expressivo delas
está deixando de lado o emprego tradicional para apostar no
empreendedorismo. Em Mato Grosso do Sul, a cada ano, surgem mais
empresas comandadas por mulheres em vários setores, segundo uma pesquisa
divulgada pelo Sebrae/MS que analisa o perfil das empreendedoras do
Estado. Ao todo, foram entrevistadas 270 empresárias em 36 municípios.
A empresária Alessandra Saigalli se
encaixa no perfil citado pela pesquisa. Após trabalhar por doze anos
como advogada em um escritório, ela decidiu investir em uma empresa de
marcas e patentes há três anos. “Apesar de perder dias de sono e
trabalhar finais de semana e feriado, não me arrependo de ter me tornado
empresária. É estimulante”, diz. A faixa etária da maioria das
empreendedoras do Estado fica entre 40 e 60 anos, mas, segundo a
pesquisa, este perfil tem mudado e as mulheres à frente das empresas
logo no início da carreira, ou seja, entre 20 e 40 anos chegou a 40% em
2011.
A pesquisa destaca ainda que dos
empreendedores por oportunidade 53% são mulheres e 46%, homens. “Estas
mulheres tornaram-se empreendedoras porque viram uma oportunidade de
melhoria na vida profissional e não mais por necessidade, ou seja,
porque não se encaixaram no mercado de trabalho”, diz o diretor
superintendente do Sebrae/MS Cláudio Mendonça. Das entrevistadas, 94%
ocupava o cargo de sócia-proprietária em 2011, um aumento de 30% em
relação a 2008, quando 65% ocupava o mesmo cargo.
A aposta das mulheres no
empreendedorismo em Mato Grosso do Sul é um reflexo do quadro positivo
em todo o país. Segundo dados da GEM – Global Entrepreneurship Monitor,
dos 21,1 milhões de pessoas à frente de empreendimentos em estágio
inicial ou com menos de 42 meses de existência no Brasil, quase 50% são
do sexo feminino.
Educação – O grau de instrução das
empreendedoras também foi avaliado e o documento aponta que a maioria
das empresárias, 57% iniciaram ou possuem ensino superior completo,
especialização ou doutorado. Ana Beatriz Gomes de Souza, de 32 anos é
proprietária de uma clínica de estética na Capital. Ela se formou em
fisioterapia, fez mestrado e doutorado na área da saúde. “Decidi me
especializar para atender melhor as clientes”.
Segundo o Anuário do Trabalho
Sebrae/Dieese de 2010/2011 mostra que no Brasil o percentual de
empresários de micro e pequenas empresas (homem e mulher) que possui
Ensino Superior completo é de 21%. O setor que apresenta maior
percentual de empresários capacitados é o de comércio com 57% e serviços
com 42% (em 2011).
Parte significativa das empresas que
serviram como referência para a pesquisa está em estágio inicial – 31%
têm até dois anos de existência. Se realizada uma média geral em 2011, o
tempo de mercado é de oito anos. 71% dos empreendimentos administrados
por mulheres são micro e pequenas empresas, sendo que destas, 94%
mostram atividades fortemente concentradas no setor terciário, de
comércio e serviços. O comércio assume a liderança quanto ao setor de
atividades das mulheres – 61% das empresas que fizeram parte da
pesquisa, seguido de 33% no setor de serviços.
Outro aspecto observado no estudo foi
quanto ao comportamento da mulher à frente do próprio negócio. Entre os
pontos fortes das empresárias, estão a persuasão e a rede de contatos, o
comprometimento, a persistência, independência e autoconfiança, além da
exigência de qualidade e a capacidade de correr riscos calculados.
Já os pontos que as mulheres pesquisadas
costumam dar menos atenção são quanto ao estabelecimento de metas;
planejamento e monitoramento sistemático e a busca de informações.
Nesta quinta-feira, dia 8 de março, Dia
Internacional da Mulher, acontece a premiação nacional do Prêmio Sebrae
Mulher de Negócios. Duas empresárias de Mato Grosso do Sul disputam a
final, sendo uma de Campo Grande e outra de Coxim, ambas vencedoras
estaduais em primeiro lugar nas categorias negócios coletivos e pequenos
negócios, respectivamente.