Perder um filho, através de um aborto espontâneo ou retido, ou mesmo
já na gravidez avançada, é a maior dor que uma mãe pode sentir, porque
houve a interrupção do caminho natural da vida, que é gerar, gestar,
parir e criar. A vida não prosseguiu, foi abruptamente interrompida.
Passar pela perda do bebê, em qualquer uma destas fases é passar pela
perda de um pedaço de nós. A dor da perda é tão imensa que não pode ser
descrita, é uma imensa mistura de sentimentos, que vão da dor física à
psicológica, da raiva, do rancor, à dúvida e à culpa.
A dor física acontece quando há a expulsão do bebê, são contrações iguais as do parto, porém sabe-se que o bebê não irá nascer vivo.
A dor psicológica é a que nos anestesia, nos confunde, nos dopa.
A raiva é o sentimento que se tem em relação a tudo e a todos à nossa volta, mas principalmente em relação a si mesma, a este sentimento está associada a culpa: afinal, o que fiz de errado? Eu tinha o poder de evitar o aborto?
A dúvida é causada pela indefinição dos motivos que levaram à perda.
Normalmente estes sentimentos são sentidos todos juntos, causando o marasma de sentimentos.
A forma de lidar com a dor da perda depende de cada mulher, não existem regras, mas todas devem viver o luto. Luto pela morte do filho. Somente vivendo o luto, a mulher consegue atravessar a dor e continuar a viver.
Não adianta não chorar, não falar, não gritar, não desabafar. Porém nem sempre as pessoas que estão a nossa volta sabem como ouvir, o que falar e como aconselhar. As pessoas, nestes casos, só precisam estar ao lado, se colocar ao lado, se fazer presente, amparar, abraçar; não adianta dar exemplos, fazer colocações simplistas ou religiosas do assunto, porque somente a mulher que perdeu sabe o valor que tinha este filho, e somente ela sabe o tamanho da sua dor. Perder um filho é perder um pedaço de nós, sobreviver à perda, é o aprendizado que advém de tudo isto.
Odete dos Santos é Engenheira Civil, teve duas perdas gestacionais, é moderadora do grupo de apoio a perdas gestacionais “Unidas Pela Dor”, e uma das idealizadoras da ONG Projeto Ser Mãe.
Fonte: http://www.ongamigasdoparto.com/2011/02/dor-da-perda-de-um-filho.html
A dor física acontece quando há a expulsão do bebê, são contrações iguais as do parto, porém sabe-se que o bebê não irá nascer vivo.
A dor psicológica é a que nos anestesia, nos confunde, nos dopa.
A raiva é o sentimento que se tem em relação a tudo e a todos à nossa volta, mas principalmente em relação a si mesma, a este sentimento está associada a culpa: afinal, o que fiz de errado? Eu tinha o poder de evitar o aborto?
A dúvida é causada pela indefinição dos motivos que levaram à perda.
Normalmente estes sentimentos são sentidos todos juntos, causando o marasma de sentimentos.
A forma de lidar com a dor da perda depende de cada mulher, não existem regras, mas todas devem viver o luto. Luto pela morte do filho. Somente vivendo o luto, a mulher consegue atravessar a dor e continuar a viver.
Não adianta não chorar, não falar, não gritar, não desabafar. Porém nem sempre as pessoas que estão a nossa volta sabem como ouvir, o que falar e como aconselhar. As pessoas, nestes casos, só precisam estar ao lado, se colocar ao lado, se fazer presente, amparar, abraçar; não adianta dar exemplos, fazer colocações simplistas ou religiosas do assunto, porque somente a mulher que perdeu sabe o valor que tinha este filho, e somente ela sabe o tamanho da sua dor. Perder um filho é perder um pedaço de nós, sobreviver à perda, é o aprendizado que advém de tudo isto.
Odete dos Santos é Engenheira Civil, teve duas perdas gestacionais, é moderadora do grupo de apoio a perdas gestacionais “Unidas Pela Dor”, e uma das idealizadoras da ONG Projeto Ser Mãe.
Fonte: http://www.ongamigasdoparto.com/2011/02/dor-da-perda-de-um-filho.html