A calvície genética, chamada vulgarmente de ‘padrão masculino’ e tecnicamente de alopecia androgenética,
pode afetar tanto homens quanto mulheres (embora seja mais comum nos
primeiros) e ser transmitida por vários genes do pai e alguns da mãe.
"Um dos genes associados à calvície que pode ser transmitido pela mãe fica localizado no cromossomo X e é recessivo.
Isso significa que o homem (XY) que herdar de sua mãe um cromossomo com
esse gene será calvo. Já a mulher (que tem duas cópias do cromossomo X)
precisa herdar dois genes alterados, da mãe e do pai, para que a
calvície se manifeste.", esclarece a pesquisadora Helena Borges, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (U.F.R.J).
Respondendo à uma pergunta de uma leitura da revista Ciência Hoje ( Nº 293, junho de 2012, "A herança dos carecas"),
a pesquisadora acrescenta: "Vale lembrar ainda que, além dos fatores
genéticos citados, os ambientes também influenciam no aparecimento e na
severidade da calvície. Uma dieta muito pobre em proteínas, certos medicamentos e até o estresse emocional podem contribuir para a perda de cabelo. Além desse gene ligado ao cromossomo X, existe outro, no cromossomo 20,
que pode gerar calvície ao ser transmitido por qualquer um dos
genitores. É possível também que outros genes, herdados da linhagem
paterna, ajudem a explicar o fato de uma pessoa com pai calvo ter 2,5
vezes mais chances de ser careca, independentemente do lado materno da
família."
Até aí tudo bem. Porém, esta semana saiu um estudo no Journal of Sexual Medicine, publicado pelo pesquisador Michael Irwig da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o qual afirma que o ingrediente finasterida encontrado no medicamento contra calvície Propecia pode causar disfunção sexual persistente, incluindo baixo desejo sexual, disfunção erétil e problemas com orgasmos. Segundo o estudo, 94% dos usuários da droga contra calvície desenvolvem baixo libido e ainda levanta hipótese de que disfunção sexual persistente causada pelo medicamento seja permanente. A droga fabricada pela Merck foi aprovado pela FDA em 1997.
Até aí tudo bem. Porém, esta semana saiu um estudo no Journal of Sexual Medicine, publicado pelo pesquisador Michael Irwig da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o qual afirma que o ingrediente finasterida encontrado no medicamento contra calvície Propecia pode causar disfunção sexual persistente, incluindo baixo desejo sexual, disfunção erétil e problemas com orgasmos. Segundo o estudo, 94% dos usuários da droga contra calvície desenvolvem baixo libido e ainda levanta hipótese de que disfunção sexual persistente causada pelo medicamento seja permanente. A droga fabricada pela Merck foi aprovado pela FDA em 1997.
O pesquisador da Universidade de
Washington tomou conhecimento sobre os problemas causados pela
finasterida há alguns anos, quando encontrou na internet relatos
de homens que diziam ter desenvolvido disfunção sexual com uso da
medicação. Irwig então reparou que os homens relatavam a disfunção
sexual durante meses, mesmo após interromper o uso da medicação.
"Me deparei com o site chamado propeciahelp.com com mais de 1.400 usuários registrados - muitos jovens saudáveis que desenvolveram os mesmos efeitos colaterais sexuais
relacionados à finasterida - e descobri que ninguém ainda havia
publicado uma pesquisa olhando para estes homens - como: quem são eles,
por quanto tempo os efeitos colaterais duraram, quais foram os efeitos
colaterais.", diz o pesquisador.
O estudo de Irwig inclui
resultados de entrevistas com 71 homens com idades entre 21 a 46 anos
para avaliar quanto tempo eles tomaram finasterida, o tipo e duração dos
efeitos colaterais sexuais e a frequência sexual antes e depois da
medicação.
O pesquisador descobriu que 94%
dos entrevistados desenvolveram baixo libido, 92% disfunção erétil e
diminuição da excitação, e 69% de problemas relacionados ao orgasmo.
Em média, os entrevistados usaram
finasterida por aproximadamente 28 meses, mas experimentaram efeitos
colaterais persistentes por um período médio de 40 meses, a partir do
momento em que deixaram de tomar a medicação.
O estudo também evidencia que o
número médio de episódios sexuais por mês caiu após o uso de
finasterida. "Antes de usar finasterida, os homens experimentaram atividade sexual média de 26 episódios por mês, mas após o uso, este número caiu para cerca de oito por mês - redução de quase dois terços."
"Vinte por cento dos pacientes
que entrevistei experimentaram disfunção sexual persistente por mais de
cinco anos, o que me faz pensar se a disfunção sexual persistente é, na
verdade, permanente", acrescenta.
Irwig observa ser crucial que
durante o tratamento da calvície masculina médicos discutam com seus
pacientes a possibilidade de efeitos colaterais sexuais persistentes,
para que a decisão de tomar os medicamentos seja consciente.
Em comunicado, a Merck observou
que nenhuma evidência prova uma relação causal entre Propecia e
disfunção sexual de longa duração. Mas, por precaução,aconselho aos
portadores de alopecia androgenética levantar a autoestima e manter
exibindo orgulhosamente a sua careca lustrosa, pois assim vão continuar
fazendo a alegria da mulherada.