Cotidiano. A conduta sexual feminina no Brasil

Tanto quanto nos homens, são múltiplos os fatores que condicionam a conduta sexual feminina, tais como organização social, as normas culturais e morais, a conjuntura histórica e a expectativa dos papéis sexuais.



Os fatores sociais, juntamente com a conjuntura histórica, mostraram que em diversos períodos históricos e nas mais variadas culturas, a sociedade atribuiu à mulher papeis sociais atrelados à determinadas normas de conduta consideradas, digamos, apropriadas para este sexo.

Entretanto, avanços sócio-culturais importantes foram responsáveis pelas mudanças nas atitudes femininas, não apenas na questão da sexualidade, mas, inclusive, em relação ao mercado de trabalho, na política e em várias outras áreas da atividade humana.

Mas, mesmo que estejamos diante da atual situação "politicamente correta" da igualdade entre os sexos, a ciência (pesquisas) continua reconhecendo diferenças significativas entre a postura sexual feminina e a masculina, embora se reconheçam também, pontos bastante concordantes entre os sexos.

A importância do sentimento e do afeto pelo parceiro na satisfação sexual, por exemplo, continua sendo maior que nas mulheres (veja o quadro abaixo), enquanto a importância da imagem positiva do próprio corpo como fator de desinibição sexual, anteriormente mais predominante nas mulheres, tende atualmente a ser igualmente valorizada.


O que contribui para o Desempenho Sexual*
Opinião de
Mulheres - %
Dos Homens - %
Sentimento e Afeto
77,2
62,3
Grau de Intimidade
70,6
63,9
Clima, Ambiente Apropriado
70,5
63,6
Atração Física
68,2
73,5
Tempo Suficiente, tranqüilidade
66,5
69,5
*Dados do estudo do Projeto de Sexualidade (Prosex) da USP

Grau de Importância da Sexualidade para a Harmonia do Casal
Opinião de
Mulheres - %
Dos Homens - %
Nada importante
0,9
0,9
Pouco Importante
2,9
3,1
Geralmente Importante
41,0
47,2
Importantíssimo
56,1
48,8
*Dados do estudo do Projeto de Sexualidade (Prosex) da USP
É comum, nos dois sexos, as fantasias e sonhos eróticos. Atualmente cada vez mais mulheres sentem-se mais à vontade em buscar materiais pornográficos que as estimulem. Essas fantasias sexuais podem ser voluntárias ou involuntárias e nelas a mulher pensa o que faria e como faria em determinadas situações sexuais inusitadas. Servem até como forma da mulher superar tradicional repressão à manifestação de sua sexualidade.
As fantasias sexuais mais recorrentes em mulheres, segundo o site Museu do Sexo, são:

  •  Manter relações sexuais com um homem diferente de seu parceiro;
  •  Imaginar ser objeto de uma violação por um ou mais homens;
  •  Manter relações sexuais com outras mulheres;
  •  Relembrar experiências sexuais anteriores;
  •  Imaginar que desempenha o papel de dominadora ou de dominada;
  •  Praticar posições ou técnicas sexuais inéditas, como o sexo anal ou oral.
Primeira Vez
Há séculos (atualmente ainda em várias culturas) era exigido que a mulher fosse virgem ao casar, porém, principalmente a sociedade ocidental vem aceitando cada vez mais as relações sexuais pré-matrimoniais. Mas, de um modo geral, a primeira experiência sexual da mulher ainda pode determinar algum de conflito pessoal e/ou familiar.

Muitas garotas a consideram a perda da virgindade um passo fundamental em seu desenvolvimento pessoal (e até social), na maioria dos casos não se exigindo que o primeiro parceiro sexual seja o definitivo. Os conflitos pessoais que essa conduta mais liberal da perda (doação) da virgindade podem proporcionar são produzidos pela incerteza do momento, da atitude e da escolha do parceiro.

Boa parte das adoelescentes que deixam de ser virgens são motivadas pela necessidade de inserir-se em um contexto de liberalidade "progressista", ou seja, para não se sentirem à margem das outras adolescentes que já experimentaram o sexo. Veja na coluna ao lado a afirmação de que "a adolescente que ainda não perdeu a virgindade é questionada pelas amigas e até ridicularizada", quando não se suspeita que ela deva ter algum sério problema. O risco neste tipo de comportamento é transformar a liberdade sexual em obrigatoriedade sexual. Nesse caso o parceiro, que deveria ser a peça importante da relação, passa a ser apenas o instrumento de execussão do ato.

Existem ainda aquelas mocinhas que, temendo ficarem sozinhas, enfrentam a concorrência das demais e cedem sexualmente com o propósito de tentar garantir um namorado ou, inocentemente, comportam-se da maneira que julgam esperar dela. Os conflitos e frustrações surgem quando percebem que, além de muitas vezes a relação sexual não ter sido tão prazerosa, a atitude sexual liberal teve efeito contrário sobre as furturas intenções do companheiro, afastando-o ao invés de prendê-lo.