Cotidiano. A pedofilia não é exclusividade dos homens.Existem mulheres que adoram garotos

A pedofilia não é exclusividade dos homens.Existem  mulheres que adoram garotosQuase podem contar-se pelos dedos os casos conhecidos de mulheres pedófilas, mas isso não significa que não se envolvam sexualmente com menores. São os estereótipos sexuais que justificam a diferença entre o número de infractores dos sexos masculino e feminino.


Um exemplo: se um homem beija ou acaricia uma criança, pode surgir a suspeita de pedofilia, mas se uma mulher fizer o mesmo, interpreta-se como uma manifestação de carinho.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, Santinho Martins, observa que a masculinidade tem a conotação de qualidades sexuais, enquanto a feminilidade evoca qualidades maternas e de criação, associadas ao contacto físico íntimo. Além disso, o senso comum identifica o abuso sexual com a penetração.

“Não é necessário que exista penetração. Uma mulher molesta uma criança, por exemplo, fazendo sexo oral nela, obrigando-a a fazê-lo, fazendo-se penetrar por ela, masturbando-a ou forçando-a a masturbá-la e pode penetrá-la com os dedos ou com objectos”, refere Santinho Martins, que nunca lidou directamente com pedófilas.

Rui Abrunhosa também não. Este especialista integra uma equipa da Universidade do Minho que trata pedófilos, em alguns casos enviados pelos tribunais. Sobre as mulheres com o mesmo tipo de parafilia (desvio) afirma: “É um fenómeno pouco conhecido. Há mulheres perturbadas do ponto de vista psicopatológico, mas não no sentido da compulsão para a repetição”.

Segundo Rui Abrunhosa, as mulheres que praticam abusos sexuais sobre menores fazem-no “mais ou menos isoladamente” e não sentem a compulsão para a repetição, fundamental para definir a parafilia.

Educada para afastar-se do sexo

Os especialistas e os técnicos não têm opinião definitiva sobre o assunto. Maria do Sameiro, psicóloga criminal, afirma desconhecer condenações de mulheres pedófilas na sequência de processos judiciais em Portugal e socorre-se da diferença entre a sexualidade masculina e a feminina para justificar a raridade dos casos. “A mulher é educada para afastar-se do sexo e para não procurar a satisfação do prazer”, nota a psicóloga, que elaborou o perfil do pedófilo português, com referência à população prisional.

Mas o raciocínio de Maria do Sameiro estilhaça-se perante o comportamento de mulheres como Myriam Delay, francesa condenada por ter abusado sexualmente dos filhos.

“ELA FEZ AMOR COMIGO”

José S., de 42 anos, tinha 14 quando fez amor pela primeira vez com uma mulher. “Foi ela que fez amor comigo”, corrige o professor, actualmente casado e pai de um menino de cinco anos. “Era uma visita lá de casa, amiga da minha mãe. Devia ter uns 30 ou 35 anos e era bem bonita. Tudo aconteceu muito depressa.” José recusa ter sido vítima de pedofilia e, no entanto, tecnicamente foi.

“Nem todas as pessoas abusadas sexualmente na infância sofrem repercussões negativas na vida futura”, analisa o sexólogo Santinho Martins, notando que, “de qualquer maneira, trata-se de uma violação dos direitos da criança, pois esta não tem maturidade para consentir a relação sexual”.

O sexólogo reconhece que, na maioria, os homens iniciados por uma mulher quando eram meninos encaram esse contacto de forma positiva, não como uma violação. São muitos os homens com essa marca no passado, ou não se encarasse como natural, até há bem pouco tempo, que os rapazinhos fossem conduzidos a mulheres experientes para que elas os ‘ensinassem’.

Mary Kay Letourneau (ver caixa), professora norte-americana, deve ter iniciado Vili Fualaau, de 13, mas também se apaixonou, e ele por ela. Tanto que tiveram dois filhos e quando Mary saiu da prisão, onde cumpriu pena por abuso de menores, correram para os braços um do outro. Será Mary pedófila?

PAIXÃO DE MARY KAY POR RAPAZ DE 13 ANOS

A professora norte-americana Mary Kay Letourneau tinha 35 anos quando se apaixonou pelo aluno Vili Fualaau, um rapaz de 13, de quem teve um filho pouco antes de ser presa por abuso de menores e sedução. Mary foi libertada sob a condição de se submeter a tratamento e não se aproximar de Vili. Desobedeceu. Reatou o romance. Novamente detida, cumpriu os sete anos e meio que restavam da pena. Quando reentrou na prisão estava grávida de Vili. Foi libertada recentemente e voltou aos braços do rapaz, agora com 21 anos.

OUTRAS PROFESSORAS SEDUZIRAM ALUNOS

O caso de Mary Kay Letourneau não é único nos EUA, onde há cada vez mais professoras envolvidas sexualmente com alunos. Pamela Diehl-Moore, 43 anos, perdeu a licença para ensinar após admitir a relação com um aluno de 13 anos. Susan Lemerey, 28, responde pela acusação de conduta sexual imprópria com dois rapazes de 14. Kathy Tuifel, 44, foi detida por alegadamente manter uma relação com um aluno de 11. Donna Woodard, 50, está detida por ter tentado abusar de uma aluna.

MÃES QUE ABUSARAM DOS FILHOS MENORES

No final do ano passado, uma portuguesa de 47 anos foi detida em Saragoça, Espanha, por alegadamente ter abusado sexualmente do filho, de 15 anos. Mais recentemente, uma mulher de 32, residente na zona de Torres Vedras, foi detida por suspeita de, nos últimos três anos, ter abuso sexualmente do filho, actualmente com 14. A mulher aguarda julgamento em prisão preventiva. Um terceiro caso refere-se à acção de um casal, ele de 47 anos, ela de 40, que molestaram um rapaz e uma rapariga de quem são parentes.

MYRIAM VIOLAVA A CARNE DA SUA CARNE

Myriam Delay, 37 anos, confessou, a chorar, ter abusado sexualmente dos quatro filhos e tê-los alugado aos vizinhos. Myriam foi condenada a 15 anos de prisão e o marido, Thierry, a 20. Os dois foram arguidos num processo que chocou a França – 17 pessoas, entre as quais um padre, moradores na localidade de Outreau, foram acusadas de abusos sexuais a 18 crianças entre os três e os 12 anos, de 1995 a 2000. Os filhos de Myriam contaram ter sido repetidamente violados, obrigados a envolver-se em actos sexuais e a ver filmes pornográficos.

'AMO-TE TERESA'

A Teresa (Ana Padrão) deste telefilme, realizado por Cristina Boa Vida e Ricardo Espírito Santo, era médica e tinha 35 anos. Miguel (Diogo Morgado) apaixona-se por ela, apesar de só ter 15 e ainda brincar com aviões. O amor dos dois virou uma vila do avesso. O filme foi dos mais vistos de sempre da televisão nacional.

CARLOS CRUZ FOI VÍTIMA DE PEDOFILIA

O ex-apresentador Carlos Cruz, arguido no processo Casa Pia, foi iniciado sexualmente quando tinha 13 anos, por uma mulher mais velha.

Numa entrevista ao jornal ‘Se7e’, publicada no dia 5 de Fevereiro de 1986, Carlos Cruz afirmou: “Fui praticamente assaltado por uma senhora, não na via pública, mas, enfim, eu (...) tinha para aí uns 13 anos.”

Sobre a mulher que o atacou disse: “Era cabo-verdiana, tinha 30 e tal anos e não se pode dizer que me tenha violado, mas forçou a situação”.

O ex-apresentador não soube ser preciso acerca da duração do acto, mas disse que demorara “para aí uns dez minutos (...) poderia ter-me marcado (...) ainda bem que foi uma experiência curta.”

RAPAZES DE 12 ANOS E MULHERES DE 20/30

Dezesseis por cento dos universitários e 46 por cento dos presidiários brasileiros relataram contactos com mulheres mais velhas. Metade dos encontros envolveu uma relação sexual completa. A média de idades dos homens no momento do contacto era de 12 anos, enquanto as mulheres tinham entre 20 e 30 anos. A esmagadora maioria dos homens não se considera vítima de pedofilia. O que aconteceu, disseram, foi bom.



Fonte:  http://www.ancomarcio.com/site/publicacao.php?id=18514